segunda-feira, 23 de maio de 2016

Process of Guilt



Os Process of Guilt são uma banda portuguesa, formada em Évora no ano de 2002. Sem dúvida a minha banda portuguesa favorita (ali a formar o Top3 com os Ornatos Violeta e os Ramp, e a ocupar um lugar que em tempos pertenceu aos Moonspell).

Doom leeeeeento e arrastado, um som que faz verdadeiramente jus ao termo monolítico. Gradualmente têm vindo a evoluir para um som com nuances próximas do pós-metal e alguns apontamentos industriais, mas mantendo fortes as raízes doom metal em composições tipicamente longas e carregadas de emoção.  As vozes são quase esparsas ao longo dos álbuns, mas com um impacto retumbante. Negro, negro, negro...

Claustrofóbicos e esmagadores, com classe, e a milhas de distância (em termos de qualidade) de muito do que vai sufocando o estilo nos dias que correm. Espero que continuem a crescer com passos firmes e a pintar o mundo em tons de negro. Falta-lhes o merecido reconhecimento...


Renounce (2006)

Caïna / Process of Guilt split (2009)

Erosion (2009)

Faemin (2012)

Rorcal / Process of Guilt split (2014)


Lineup:
Hugo Santos - voz; guitarras
Nuno David - guitarras
Custódio Rato  - baixo
Gonçalo Correia -  bateria


Royal Thunder

"Time Machine"

do álbum Crooked Doors (2015)


Desde que recebi o disco que ando "agarrado" a esta música. Julgo que dificilmente deverá ter passado um dia em que não a tenha ouvido pelo menos uma vez... Melodias de guitarra, ritmos cativantes, muito feeling e uma voz portentosa!!! Todo álbum é muito bom, mas esta música...  Se isto não vos põe a cantar ao fim de algumas audições e não vos arranca um movimento ou arrepio que seja, ou estão surdos ou estão mortos!!

Senhoras e senhores, Mlny Parsonz a partir a louça toda!!...



Lineup:
Mlny Parsonz - voz; baixo
Josh Weaver  - guitarra
Josh Coleman -  guitarra
Lee Smith - bateria

terça-feira, 10 de maio de 2016

Devin Townsend - Terria / Ziltoid

Terria (2001)

"Come in. Right this way. Sit down. Martini? Stir your drink..."


Lineup:
Devin Townsend - vozes; guitarras; ambientes; samples; teclados
 (único compositor e letrista do album)
Craig McFarland - fretless bass
Gene Hoglan - bateria
Jamie Meyer - teclados; piano

Ziltoid, The Omniscient (2007)


"Greetings humans, I am Ziltoid... the Omniscient! I have come far from across the omniverse. You shall fetch me your universes ultimate cup of coffee... Black!! You have five Earth minutes. Make it perfect!"


Lineup:
Devin Townsend - vozes; guitarras; baixo, teclados; programação; produção; mistura; engenharia
(recebe ainda créditos de criação da história, compositor e letrista)





Para quem presta alguma atenção ao que se vai passando no Metal (e não é preciso estar assim tão atento), o nome Devin Townsend andará longe de ser desconhecido. O homem é um génio!!! E estes são, para mim, os álbuns em que isso nos é escarrapachado na cara de forma mais evidente e magnífica. 

O "Terria" tem um espectro sonoro muito mais abrangente. Vai desde o som mais ténue e suave, ao pop descarado e até ao peso contundente. No entanto este não é um álbum de peso e o peso que tem nunca chega a ser esmagador. É apenas mais uma cor numa tela que é uma verdadeira viagem sonora por variadíssimos estados de espírito comuns a qualquer um de nós. Não esperem canções verso-refrão ou estruturas repetidas até à exaustão. Quando falo em viagem é mesmo isso. Um álbum profundamente emocional e com as emoções à flor da pele, com pormenores infindáveis em camadas sobrepostas de som. A cada audição parece que se descobre uma nova jóia escondida ou um pormenor que nunca reparamos ali estar... Soberbo e com a mesma excelência de há 15 anos atrás, este álbum continua a encher-me as medidas. Numa discografia variada e cada vez mais extensa, penso que este brilha de forma diferente, à parte e mais intensa que todos os outros (apesar de ser grande fã de S.Y.L. ou DTP e adorar álbuns como o "Physicist"...)!

"Ziltoid, the Omniscient" é uma alucinação conceptual e musical. Em ambos os álbuns que aqui falo, HevyDevy é único compositor e letrista, mas neste parte a louça toda ao ser também o único vocalista e instrumentalista (com uma ajudita, sobretudo a nível de produção). Uma ideia de criança, uma história escrita enquanto criança e um álbum composto e gravado na idade adulta, ao estilo mad scientist. A saga de um extraterrestre viciado em café e convencido de ser o maior guitarrista do universo e dimensões paralelas, que chega à Terra para dominar mas encontra a resistência humana liderada pelo carismático Captain Spetacular... É parvo, cómico, disparatado e hilariante! Tudo suportado por uma componente instrumental bombástica!! Os meus dois filhos adoram o Ziltoid!!!

Tanta criatividade, habilidade e bizarria sempre marcaram a sua já longa carreira e já me fez habituar, a cada novo lançamento, a esperar sempre entre o «muito bom» e o «magnífico». "Terria" e "Ziltoid" são, na minha opinião e até ao momento, o pináculo da sua carreira. Quando os ouço ou quando olho para a fotografia acima postada, dou por mim muitas vezes a pensar: "Mas afinal precisa de banda para quê?!"