Lost Horizon - Awakening The World (2001)
Ponto prévio: o Power Metal não é de todo um dos meus sub-géneros de eleição. Não me identifico de todo com a imagem do estilo; apesar de apreciar cavalgadas de guitarra, não me costumam despertar grandes sensações e, normalmente, as vocalizações causam-me alguma alergia...
No entanto, ao fim de 14 anos este álbum ainda me arrebata de principio ao fim. E de que maneira!! Posso honestamente dizer que, quando o ouço, me apetece pegar no escudo e no machado, partir para o campo de batalha e terminar sangrento mas vitorioso. Durante 43 minutos, sou um guerreiro invencível e nem hostes infindáveis de bárbaros me vão impedir de purificar a terra com o sangue deles... No fundo é isto! Um album de Power Metal com todos os clichés do estilo (melodia de guitarras, velocidade, falsete, a power ballad da praxe, and so on...) mas espectacularmente e bombasticamente bem feito e carregadinho, mas carregadinho mesmo, de ALMA. É esta alma que confere credibilidade e, na minha opinião, longevidade ao álbum.
Instrumentalmente o álbum é soberbo. Grandes leads e riffs de guitarra, com solos virtuosos e ali enfiados mesmo no calor da batalha. A secção rítmica é excelente, sem grandes floreados mas cheia de dinâmica a marcar de forma magnífica os tempos dos temas - aqui tenho um fraquinho especial pelo baixo, bem audível e bem marcado. Por fim a voz... nao é de todo um problema. Pelo contrário. É outro dos pontos fortes deste álbum. Dois mega-pulmões que vão desde o registo mais calmo ao falsete mais dramático, passando pelo tom áspero do guerreiro de caneca na mão, e que me põem literalmente a cantar e gritar e berrar com ele!! As letras também ajudam: guerra, coragem, honra, lealdade... está tudo lá.
Isto são hinos de metal, fogo e sangue que envelhecem como o vinho do Porto. Música com aquelas duas características que, para mim, distinguem os apenas bons dos realmente grandes: paixão e convicção (e como isso se ouve aqui). Para quem não gosta do estilo, tenho uma adoração do caraças por este disco!!!!
Ultrapassem os preconceitos que a capa ou o estilo vos possam despertar. Isto é uma bomba e merece ser ouvida.
Lineup:
Cosmic Antagonist - baixo
Preternatural Transmogrifier - bateria
Transcendental Protagonist - guitarras; teclados
Ethereal Magnanimus - voz
Ethereal Magnanimus - voz
Informação para rodapé:
Dois anos depois lançaram o álbum A Flame To The Ground Beneath (2003), que na minha opinião é outra bomba. Menos imediato provavelmente pelo facto de o andamento, na globalidade do álbum, ser mais lento, mas igualmente apaixonante. É quase como se o primeiro álbum fosse um guerreiro com o sangue a ferver no campo de batalha e o segundo um guerreiro mais velho e sábio, saudosista das glórias do passado e desapontado com o estado do presente... Também altamente aconselhado.
Entretanto estou há 13 anos à espera do próximo...
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